quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Tromsø e algumas dicas



Já havia dito no outro post que tivemos uma certa dificuldade em saber o que fazer por lá, não tem muita coisa na net, além do site da cidade e de uns poucos blogs que encontrei. Por isso, achei que seria interessante reunir aqui algumas dicas da cidade e do que fazer por lá!
 
O que nós conhecemos:
A cidade em si é bem pequena, então é fácil percorrer os trajetos a pé, salvo pelas calçadas e ruas completamente congeladas - eles desencanam da vida de ficarem jogando sal pra derreter a neve / gelo – ao invés disso, eles jogam pedrinhas para melhorar a “aderência” ao chão, mas muitos pontos nos fizeram quase cair (só o marido levou um tombo, tadinho!). Então, andar a pé é tranquilo, contanto que você preste muita atenção!

Existem duas igrejas principais para conhecer: a Catedral de Tromsø, uma igreja amarelinha de madeira que fica perto do centro e a Arctic Cathedral, que fica depois da ponte que liga as ilhas e que é simples, porém bonita. Não entramos em nenhuma das duas, acho que só a vista de fora já valeu a pena.

The Arctic Cathedral




Catedral de Tromsø
 O centro da cidade é basicamente uma rua principal onde se concentram as lojas. A cidade tem um estilinho muito bonito, pelo que li (não conheço mais nada da Noruega), as casas de madeira coloridas são as mais típicas por lá. Bem diferente das casinhas de madeira na Suíça, mas muito, muito charmosas e lindas, dão um up nas paisagens da cidade.

Centro da cidade

Existem alguns museus espalhados pela cidade, mas como a Noruega (e a caça às Auroras) são meio caras, nos decidimos por conhecer apenas dois lugares: The Science Centre of Northern Norway (onde tem o planetário) e o Polária (que é um aquário ártico).

O The Science Centre of Northern Norway fica bem perto da Universidade, e fomos a pé do centro até lá – com o gelo nas ruas e tudo, levamos 1h para chegar mais ou menos. O que valeu muito a pena lá é o Planetário, que exibiu dois filmes muito legais – um sobre o Sol e outro sobre a Aurora Boreal é claro. Tinha também um terceiro filme, que falava sobre telescópios, mas estava só em norueguês, então acabamos não vendo... Além dos filmes, nesse centro tem um monte de coisinhas interativas, mas bem voltada pro público infantil (tava lotaaado de crianças lá!), então por mais que quiséssemos “brincar” um pouquinho (why not?), as crianças quase nunca deixavam ¬¬


O Polária também exibe dois filmes numa sala panorâmica – um sobre a vida animal no ártico e outro sobre a Aurora (again! Mas é outro filme). Lá tem também um aquário com espécies de peixes do norte (o aquário não é muito grande) e focas barbudas (tãaaao fofinhas!). Acho que vale a pena a visita também.

Nós e o Polária ao fundo. Tava nevando um montão!
Foquinha barbuda, até olhou pra foto :)
Além das atrações turísticas normais, queríamos fazer alguma caminhada (já deu pra perceber que a gente gosta de andar né). Então descobrimos que havia um lago na cidade, e resolvemos caminhar até lá. O interessante é que a cidade é meio montanhosa, então em muito lugar que se quer ir, tem uma subidinha. Mas para o lago foi uma subidona! Mas foi bom se movimentar pra aquecer, além de tudo a paisagem supera qualquer cansaço.

Começando a subida
Chegamos lá em cima e tivemos a surpresa de ver o lago Prestvannet completamente congelado! Nunca tínhamos visto um lago congelado (e cheio de neve por cima) e juntando com a paisagem de inverno, ficou tudo maravilhoso! Descobrimos que a noite lá, é tipo um Ibirapuera dos noruegueses, várias pessoas correndo e praticando esqui nórdico. Muito interessante ver o estilo de vida deles, mesmo naquele friozão e escurão, tem muita gente animada pra praticar esporte. E tem que ser assim mesmo, senão enlouquece!


Lago Prestvannet, completamente congelado
Apreciando a paisagem e o silêncio...


O Ibirapuera dos noruegueses :P

 Fora esses locais, só saímos durante as noites para caçar as Luzes do Norte (assunto pra outro post!)..

Outras dicas gerais:
Hotel – Apesar da ilha ser pequena e fácil de se locomover, o melhor é escolher um hotel mais central. Chegávamos sempre muito tarde das buscas pela Aurora e a frequência de ônibus é bem menor nesses horários. Além de diminuir os riscos de quedas nas ruas congeladas :P

Alimentação – a Noruega consegue ser ainda mais cara do que a Suíça, então nesse ponto, demos uma economizada. O café da manhã do hotel era super farto, então só sentíamos fome lá pelas 17-18h, quando comíamos alguma coisa antes de sair atrás das Auroras. Comemos basicamente sanduíches. Em uma das noites comemos em um pizzaria chamada Pepes, que tem um pizza muito boa. O preço é meio salgado, mas foi só uma noite e vale a pena experimentar.

Transporte – assim como a alimentação, o transporte lá também é caro. Só pegamos ônibus para ir e voltar do aeroporto. Mesmo assim, existem dois ônibus lá, o do aeroporto (que é mais caro) e os da cidade que passam pelo aeroporto (bem mais baratos). Vale a pena pegar o ônibus da cidade e comprar o ticket em um quiosque, comprá-lo na hora com o motorista sai mais caro.

Passamos 5 noites em Tromsø, e acredito que seja mais do que suficiente para conhecer bem a cidade. Mas a parte mais linda e emocionante da viagem ainda está por vir, as Luzes do Norte...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Uma viagem inesquecível



Tô de volta :) Semana passada estávamos nessa viagem inesquecível e essa semana foi super corrida,  fiz dois dias de estágio lá no hospital pra começar a entrar no ritmo e agora volto só em fevereiro! Além disso, receberemos visitinhas em casa, então tive que organizar tudo para a chegada de alguns familiares...

Mas eu tô doida pra escrever aqui sobre essa viagem mais que especial! Em dezembro, comemoramos mais um ano de casamento (eba!) e antes mesmo já estávamos planejando conhecer esse lugar novo, um pouco distante, mas muito bonito. De lá, poderíamos ver algo que havia se tornado um sonho para nós há algum tempo: a Aurora Boreal. Como dezembro foi bem corrido, resolvemos adiar essa viagem de aniversário de casamento agora para janeiro. Ficamos alguns meses pesquisando (e bota pesquisa nisso!) qual seria a melhor época, quais atividades fazer durante o dia, sobre a Aurora em si... E confesso que não foi muito fácil encontrar tantas informações assim sobre nosso destino final. 
 
A cidade escolhida foi Tromsø (lê-se Trumsa), na Noruega. 

Láaaaa no alto!



Tromsø já fica lá no Círculo Polar Ártico, por isso tem algumas particularidades como o Sol da meia noite no verão e a noite polar, que dura quase dois meses, agora no inverno. Achei uma experiência bem interessante, acordar, por exemplo às 9h da manhã, e o tempo ficar praticamente igual até às 12h, e então às 14h, 14:30h, voltar a escurecer. O Sol não aparece e nos dias encobertos, a sensação é ainda mais estranha. Mesmo nos dias limpos, quando fica tudo meio azul, as luzes sempre permanecem acesas e vê-se velas em todos os lugares. Vivenciar isso por alguns dias é interessante, mas acho meio enlouquecedor não ver o Sol por tanto tempo!

Vista de um fjord que passa pela cidade, às 15:30h

Apesar da cidade estar situada já no Círculo Polar Ártico, as temperaturas são relativamente amenas, mesmo para o inverno. Pegamos temperaturas que variaram de +2ºC até -7ºC. Nada muito absurdo. Isso porque Tromsø fica próximo do mar e porque a Corrente Do Golfo (que traz águas mais quentes da América) ajudam a amenizar um pouco a temperatura (viajar também é conhecimento!).
É um urso polar? Nãaao, só um cachorrinho fofo!

Vista para o outro lado da cidade

 Ao contrário do que imaginamos, a cidade também é bem populosa, a oitava maior da Noruega, com cerca de 70.000 habitantes. Lá tem a universidade mais ao norte do mundo, a Universidade de Tromsø. Então, a cidade é cheia de jovens, bares e pubs. Ah, além disso, em Tromsø também fica o Jardim Botânico e o Aquário mais ao norte do mundo hehehe... 

Vista da cidade a noite. Lindo!


Não há voos diretos da Suíça para Tromsø, então fomos até Oslo, e de lá pegamos outro voo para Tromsø. Até Oslo foi belezinha e imaginamos que o voo para o destino final também seria super tranquilo, afinal, quem vai para uma cidadezinha lá no norte, neah?!?! Ahhh que engano. Já disse aqui que o marido trabalha em companhia aérea, por isso temos passagens muito, muito baratas. Só que com um porém: sempre viajamos de stand by, ou seja, se tem assento no avião vamos, se não tem, ficamos. Eu poderia escrever um livro dos apuros que já passamos pelos aeroportos por aí. Já perdemos voo, já chorei, já me descabelei.... Enfim, aqui não seria diferente! Acontece que três voos para Tromsø estavam completamente lotados (queria muito saber o que todo mundo faz por lá) e ficamos nada mais, nada menos do que 10h no aeroporto de Oslo esperando um voo que conseguíssemos embarcar. O que importa é que chegou uma hora que já tava todo mundo em Tromsø e num voo do final da tarde sobrou dois assentos para irmos. De Zurique para Oslo foram 2h de voo e de Oslo para Tromsø (tirando as 10 loooongas horas de espera e desespero é claro) mais 2h. 

Finalmente estávamos em Tromsø. Cansados, mas muito animados para descobrir a cidade e principalmente para ver as Luzes do Norte! Nos próximos posts ;)


quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Gstaad e Spiez



Há uns dias atrás decidimos fazer mais um passeiozinho aqui pela Suíça. A ideia era fazer outro hiking, mas confesso que sem dicas de outros lugares, senti um pouco de dificuldade de encontrar algum itinerário aberto nesse país que tem mais de 60.000km de trilhas durante o inverno . Nessa época, o que pega mesmo são os esportes de neve – esqui, snowboard, trenó, snowshoeing, etc. Como estávamos com outros amigos, resolvemos não esquiar. E como não temos os apetrechos necessários para fazer qualquer outro tipo de modalidade, então, o que a gente queria mesmo era andar =)

Depois de muita e muita pesquisa, decidimos ir para essa cidadezinha de nome estranho de pronunciar, chamada Gstaad. Só vi que tinha lugar pra caminhar e nem me importei em pesquisar muito mais sobre o que tinha lá, além das montanhas e estações de esqui, é claro.

De todas as cidadezinhas que já fomos aqui, confesso que essa foi a mais “diferente” que conheci. Talvez porque sempre tive na cabeça a ideia de que as cidadezinhas por onde passamos quando caminhamos sempre tem aquele estilinho suíço – casinhas pitorescas, campos, povo simples, clima de interior. E lá, a primeira impressão foi completamente outra! Um centrinho lotado de pessoas chiques, com casacos de pele, andando pelas calçadas, tomando um café... Além de encontrar por lá as vitrines mais caras do mundo, tipo Louis Viton, Hermès, etc etc etc. Me lembrou até Campos do Jordão (a Suíça brasileira hahahaha!) em época de temporada. Depois fiquei sabendo que tanto suíços, quanto gente de outros países de classe alta passam férias nesse lugar e que inclusive algumas pessoas famosas até tem casa lá.  Aí explicou a diferença toda. Eu particularmente prefiro as vilinhas mais simples, não sou e nem me sinto a vontade nesse glamour todo não! Mas valeu conhecer o lugar.

Centrinho de Gstaad
Enfim, depois de escolhermos uma das poucas trilhas que ainda estavam abertas no inverno, começamos a caminhada, que dessa vez nem foi tão longa. Grande parte fizemos pela rua mesmo e um pedacinho em trilhas. Como não tem nevado muito, a caminhada nos ofereceu algumas partes congeladas (que dessa vez só nos rendeu alguns escorregões) e uma neve meio sujinha.  Mas mesmo assim, foi bonito caminhar com a vista das montanhas ao fundo. Não tem como ser feio, né?!




Terminamos a trilha relativamente cedo e decidimos passar na volta em um lago, só pra apreciar a paisagem de fim de tarde mesmo. O lago escolhido foi o de Thun, mas no pedacinho que fica na cidade de Spiez, onde tem um castelinho medieval. O Sol já estava quase indo embora quando chegamos e a temperatura já caindo, mas não tem coisa mais gostosa que “escutar” aquele silêncio, admirando o lago, as montanhas ao fundo e o entardecer. Me sinto tão privilegiada por poder ver isso tudo ao vivo!

Lago de Thun, ao entardecer
 
Castelinho medieval em Spiez

E assim terminou nosso dia de andanças pela linda Suíça!