domingo, 27 de novembro de 2011

A importância das amizades


Nunca fui do tipo de pessoa que tem milhaaaares de amigos e sempre fui muito consciente disso. Não, não sou anti social, apenas um pouco tímida, e confesso que tenho certa dificuldade de me sentir a vontade falando com várias pessoas que não conheço direito. Talvez precise trabalhar um pouco nisso. Enfim, o que sei é que tenho muitos colegas e poucos e bons amigos, que sei que posso contar em qualquer momento. A única coisa é que ficaram todos no Brasil. E agora? Como fazer pra cultivar uma amizade e criar vínculos que às vezes demoraram anos para serem feitos, num país que não tem seus costumes e língua?

Confesso que ainda estou descobrindo, mas de uma coisa tenho certeza: temos que nos relacionar, tentar recriar e fortalecer amizades aqui. Desde que chegamos, conhecemos muita gente, a maioria brasileiros, o que ajuda muito. Amamos ter a companhia de pessoas da nossa terra. Mas também temos que aceitar e aprender a viver a vida e os costumes daqui, que como qualquer lugar, tem pontos positivos e negativos. Temos que ter com quem compartilhar nossa vida, dúvidas, felicidades, tristezas, entre outros.

Falo isso porque esse período pelo qual passamos aqui é uma adaptação contínua (e creio que sempre será) de tudo! E muitas vezes essa adaptação não é encarada de forma tão fácil assim por todos. Eu mesma, muitas vezes estou super feliz e realizada, e às vezes me sinto uma estranha fora da casinha; aí vem as saudades e os questionamentos. Creio muito que Deus tem um propósito para a vida de cada um, que não estou aqui por acaso, mas todo esse turbilhão de sentimentos tão diferentes um do outro são amenizados quando podemos compartilhar disso com outras pessoas, e mais ainda, perceber que você não é mesmo a única que está nesse barco! Rir das coisas novas, dividir experiências, aprender e descobrir outra cultura. Devemos sempre cultivar os velhos amigos, mas temos também que construir outras amizades. Uma amizade dá uma carga mais leve na nossa vida!

“Em todo o tempo ama o amigo e na angústia se faz o irmão.” (Pv 17:17)

Que Deus sempre nos conceda bons e verdadeiros amigos-irmãos!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Basler Herbst Messe


É, o outono veio e já tá indo embora. Como havia falado num post anterior, o tempo tem passado rápido e eu sequer consegui falar e mostrar um pouco do outono aqui... O que posso dizer é que e uma estação muito agradável e bonita, com aquela nuance de cores nas árvores, formando um colorido incrível. O tempo já é mais frio, mas ainda muito agradável.

Aqui em Basel eles comemoram o outono com uma feira, a Basler Herbst Messe (Feira de Outono Basiléia). Sinceramente não sei como é nos outros cantões, se tem isso também. Enfim, essa feira me lembrou demais as quermesses do Brasil – tem um monte de brinquedo de parque de diversões, barracas de brincadeira (tipo de pescaria, acertar bola na lata pra ganhar ursinho, etc) e claro, barracas de comida. Essas são minhas preferidas :)


A feira não é concentrada em um lugar só, mas em várias praças da cidade, e ainda assim, sempre estão lotadas viu... O pessoal daqui adora essas coisas, e gasta mesmo um dinheirinho com tudo isso. Porque nada lá tinha um preço muito suave não... Então se você vai com a família, vai em algum brinquedo, come alguma coisa, 100 Francos se foram facilmente.
Nós fomos lá dois dias, e apesar de não ter nada de especial, é sempre bonito ver a cidade iluminada, mesmo que seja pelos brinquedos e é sempre bom comer uns quitutezinhos como um crepe ou um morango com chocolate...


O marido tava doido pra ir na roda gigante que era super faturada, e no último momento resolvemos ir, afinal, ela estava no ponto mais alto da cidade e dava pra ter uma vista bem bonita de lá ó:


Fomos lá no último final de semana da feira, e no dia seguinte, tudo já estava sendo desmontado... E a feira foi levando também o restinho de outono que ainda nos restava. Porque agora gente, o frio tá começando (eu disse apenas começando) pra valer! Há alguns dias, nada acima de 10 Graus... 




segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Motorizados


No último final de semana, chegamos em casa com a nossa mais nova aquisição: nosso primeiro carro aqui!

Apesar da alta qualidade que o transporte público aqui nos proporciona, sempre pensamos em ter um carro. Não que ele faça falta, realmente não faz, conhecemos muita gente que não tem carro aqui e não faz questão de ter.  Talvez seja por um pouco mais de comodidade mesmo. Por exemplo, fazemos compras mensais no mercado, e toda vez é uma canseira só – temos até um carrinho de rodinhas (que quase só velhinhos usam) pra carregar as compras, porque só com sacola é meio que impossível.

Também faz falta quando saímos algumas vezes a noite, como quando vamos à igreja e o culto termina meio tarde e tal... Não é nada absurdo, mas quando perdemos o Tram, temos que esperar 15 minutos, e agora com o friozinho chegando.... Ou quando vamos em algum restaurante, saímos com os amigos, temos sempre que nos preocupar um pouco com o horário. Uma vez perdemos o Tram da 1:30h da manhã e só fomos pegar outro 1 hora depois...

Outro motivo pelo qual pensamos em ter um carro foi a possibilidade de fazer viagens com ele, já que tivemos essa experiência com a Itália e adoramos, e também para quando recebermos visitas aqui, para nossos queridos convidados terem um confortozinho a mais :)

Mas mais do que isso, queremos estar dispostos a ajudar quem precisar de carro, como muitas vezes fizeram por nós aqui, e somos muito gratos por isso!

Aí está nosso novo possante:


Quando começamos a ver carros, pensamos e mudamos de idéia umas mil vezes até chegar nesse – pensamos num carro conversível, num mais esportivo, etc etc etc.... Mas chegamos à conclusão de que um carro maior seria mais útil, afinal cabe mais gente! Compramos um carro usado, até porque não estava dentro do nosso orçamento gastar absurdos com isso, e finalmente, optamos pela Mercedes, primeiro porque é um carro alemão e tem um motor ótimo e depois porque a manutenção (quando tem!) é mais barata para nós aqui. Além da relação custo-benefício...

Para ter um carro aqui, não precisa de muita coisa e o processo é extremamente ágil: demos uma entrada e financiamos o resto com o banco, depois fizemos um seguro para o carro (aqui é obrigatório ter seguro de terceiros de carro – se você quiser para o seu carro é opcional e aí você pode acrescentar mais um monte de coisas). Enfim, com o financiamento aprovado, seguro e documentos em mãos, vamos ao Motorfahrzeugkontrolle, que é tipo o Detran daqui, mostramos o antigo documento, que é atualizado com nossos dados, aí a moça vai num armário, pega uma placa (a placa aqui é sua e não do carro – quer dizer que quando você trocar de carro, a placa vai com você) e você vai embora feliz, depois de 15 minutos! Aí é só colocar a placa no carro e aproveitar :p


Ficamos extremamente felizes com mais essa conquista, e agradecemos primeiramente a Deus, por nos ter permitido chegar até aqui e por todas as bênçãos que Ele tem derramado sobre nós. Não temos intuito algum de querer nos exaltarmos com aquisições de bens materiais, até porque elas não significam nada quando comparadas com o relacionamento que temos com Deus. Só queremos compartilhar nossas alegrias com quem amamos!

A caranga espera por vocês!  

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O tempo não para


Olha, não sei se é só comigo, mas tenho a impressão de que o tempo está voaaaando! Parece que foi ontem mesmo que chegamos aqui, e em breve já vai fazer um ano. Não estudo e nem trabalho que nem uma louca como antigamente, mas parece que quando eu pisco já é noite de novo e já tá na hora de dormir. É engraçado pensar como um dia eu já quis tanto ter 14 anos e depois 18 e tudo demorava taaanto.... Agora não, quanto mais eu quero que o tempo passe devagar, mais ele desaparece.

Nossos pais já vieram pra cá, o outono chegou, o tempo vem esfriando lentamente, as folhas todas caindo no chão.... Os enfeites e coisas de Natal nos mercados e ruas... Só o alemão mesmo, parece que faz uma eternidade que eu tô estudando e não aprendo nunca. Ok, estou o estudando (e enlouquecendo) só há seis meses, mas por que será que às vezes tenho a impressão que nunca vou aprender? Por queeeeeeee? Quanto mais eu estudo, mais difícil fica a coisa. A mesma coisa com o trabalho voluntário. Às vezes acho que evoluí tão pouco pro tempo que estou lá. Às vezes parece que estou numa montanha russa, cheia de altos e baixos. Às vezes eu to super feliz de estar lá e às vezes mega desanimada. Sinto muita saudade de cuidar dos meus pequenos pacientes, sinto falta de poder falar tudo que eu sei. É, dá pra perceber que agora estou num momento meio depressivo da minha bipolaridade né...

Massss.... Não importa como estamos, o tempo não pára e o negócio é erguer a cabeça e olhar pra frente pra mais um dia novo que se inicia e mais uma batalha a ser ganha!