segunda-feira, 30 de julho de 2012

A efemeridade da vida


Semana passada recebi uma notícia muito triste lá do Brasil: uma colega com quem estudei lá no ginásio morreu num acidente tão banal e tão trágico ao mesmo tempo. Ela estava fazendo uma viagem a pé com alguns amigos em uma região montanhosa no Peru e em um certo momento ela estava montada numa mula que pisou em falso e caiu de um abismo de mais de 200 metros de altura.

Nosso último encontro com os amigos da escola em 2010

Na hora achei meio estranho e a ficha demorou a cair. Mas depois que eu vi a notícia mesmo, senti um aperto tão grande no coração... Uma tristeza que me fez pensar o quanto a vida é efêmera. A gente faz tantos planos na vida, tem tantos sonhos, mas de repente, assim, sem esperar, a morte bate à nossa porta. Porque a gente nunca acha que vai acontecer com a gente, com a nossa família. O coração e a mente tão limitados se perguntam o porquê de uma morte tão precoce.... A ordem natural é estudar, trabalhar, muitas vezes formar uma família... E de repente tudo se interrompe. São essas coisas que me fazem lembrar... Hoje pode ser meu último dia de vida!

Só Deus sabe da nossa vida, foi Ele que nos fez e escreveu nossos dias no livro da vida.  “Os Teus olhos me viram a substância ainda informe, e no Teu livro foram escritos todos os  meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nenhum deles havia ainda.” (Salmos 139.16) Ele sabe da nossa hora. Por mais difícil que seja, por mais doloroso que pareça. E olha que eu já me questionei tanto nesses assuntos quando via crianças tão pequenas morrendo no hospital quando trabalhava.

Mas não cabe a nós esse tipo de questionamento. Devemos sim, pedir forças a Deus e Sua paz que excede todo o entendimento, principalmente aos familiares nesse momento de tanta dor. A saudade nunca passa, a gente só se acostuma com a ausência e o consolo das boas lembranças. A vida continua e temos que vivê-la como se fosse o último dia. Dizer que ama, perdoar e pedir perdão, ser feliz e grato com aquilo que se tem. Porque a gente não sabe o dia de amanhã.

Paulinha, que você possa estar bem junto do Pai. Que Deus possa estar com seus pais trazendo conforto nesse momento. Saudades!

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Belém


É claro que Belém não podia ficar fora do roteiro de Portugal né.... Antes de ir não tinha a mínima ideia de onde ficava, mas tinha certeza que queria conhecer, é claro, pelos famosos pastéis de Belém. Na verdade Belém nem fica tão distante de Lisboa assim – pegamos um ônibus da cidade mesmo que em 40 minutos nos deixou no bairro. Nem sabia bem o que encontraria por lá e para nossa surpresa descemos logo de cara com o mosteiro dos Jerónimos, que foi encomendado pelo rei Manuel I em 1501, logo após o retorno de Vasco da Gama da Índia e foi construído basicamente com o lucro do comércio de especiarias, pedras preciosas e ouro. Não é um prédio bem pintado e tal, mas acho que é a cara de Portugal mesmo, esse estilo meio velho e não “antigo”. 

Mosteiro dos Jeronimos

Mosteiro visto da praça
Tava tão cheio de turistas por lá que não nos interessamos em conhecê-lo por dentro. De lá passamos por uma praça e logo depois chegamos na Torre de Belém. Ela também foi erguida a mando do rei Manuel I,  as beiras do rio Tejo, na mesma época do mosteiro. Talvez por isso as duas possuam o mesmo estilo, chamado Manuelino – que imita meio que uma renda. Bom, a torre em si era uma fortaleza que foi usada também como depósito e prisão e era o ponto de partida de muitos navegantes portugueses. Para entrar na Torre, pagamos algo em torno de 12 Euros e vale a pena, a vista lá do alto e muito bonita e dá umas boas fotos.

Torre de Belém
Lá de dentro da Torre, com vista para o rio Tejo




Do ladinho da Torre, está o Monumento dos Descobrimentos, reconstruído já mais tarde, em 1960, homenageando os elementos envolvidos no processo dos descobrimentos portugueses. Olhando pela lateral, dá pra perceber que o monumento como um todo tem a forma de uma caravela, com o escudo de Portugal. O homem que está lá na proa com uma caravela nas mãos é D. Henrique e nas fileiras laterais, há estátuas de homens ligados aos descobrimentos nos séculos XV e XVI. Muita coisa legal de ser ver e aprender!


Monumento dos Descobrimentos, à beira do rio Tejo e com a ponte 25 de abril ao fundo
Bom, mas a essa altura já estava chegando a hora do almoço, a fome apertando.... E é claro que iríamos comer os famosos Pastéis de Belém. Surpresa melhor foi descobrir que lá vende-se quitutes salgados como pastéis fritos (como os nossos) e coxinhas (nhaaaaaam!). Assim, os pasteizinhos ficaram de sobremesa. Bom, em Portugal existem os pastéis de nata e os de Belém. Os famosos, são patenteados e possuem uma receita secreta – os pasteleiros que trabalham na “Oficina do Segredo” tem  que assinar um termo que não podem revelar o segredo da receita, que é seguida igualzinha, segundo eles, desde a fundação da Pastelaria, em 1837, quando começaram a ser vendidos pelos clérigos do mosteiro e depois, com o fechamento do mosteiro, na própria loja. Por isso, pastéis de Belém, só lá em Belém! 



A pastelaria é enorme e com uma decoração bem típica portuguesa. De lá, dá até pra ver uma parte da cozinha onde os pastéis são preparados e é interessante de se ver. Ahhh e claro.... Como eu já esperava, os pastéis são maravilhosos! 






Belém é lindinha, e a visita para comer os pasteizinhos por si só já valem a pena!

terça-feira, 10 de julho de 2012

Ora, pois!


Olha, maio foi um mês que viajamos pra caramba, praticamente não fiquei em casa! Bom, depois da viagem pra Itália, o marido precisou fazer uma viagem a trabalho em Lisboa. Na verdade, já estava nos nossos planos, eu ir pra lá alguma vez que ele fosse, pois apesar dele ter ido algumas vezes, nunca tinha saído pra conhecer Lisboa. E acabou que dando certo dessa vez. Saí de casa na sexta no almoço e cheguei em Lisboa por volta de umas 15h. O marido já estava lá desde o começo da semana, então ficamos no hotel em que ele já estava.

A primeira impressão que tive de Lisboa logo que saí do aeroporto era de que eu estava no centro velho de SP. Vi bastante prédios antigos e tal, mas a medida que fui chegando perto do hotel, a paisagem mudou um pouco. O bairro em que ficamos chama-se Parque das Nações e foi reconstruído para a exposição Mundial de 1998 e por isso, seu ar de moderno contrasta muito com o resto da cidade. Aliás, sei bem de quem o Brasil puxou – Portugal é claro! É impressionante a semelhança que temos com os portugueses! A começar por Lisboa mesmo, que como já disse, me lembrou muito SP. A zona em que estávamos era bem central e desenvolvida, ao passo que a periferia é bem mais simples. Acho que dá pra fazer um paralelo com Av. Paulista e região e regiões mais periféricas de SP. Bem diferente da Suíça, que centro ou periferia, é tudo o mesmo padrão. Depois que Lisboa é uma cidade bem agitada, sempre muita gente e carros nas ruas. Tinha um shopping lá que ficava aberto até depois das 22h! E por fim, o povo português... Conheço bastante portugueses aqui na Suíça e ir lá só me confirmou o que pensava deles: povo simpático, esforçado, atencioso e trabalhador. E com muito orgulho do país! É claro que como qualquer cidade grande há problemas com insegurança, furtos, etc. Mas até aí toda cidade maior enfrenta esse tipo de problema! Até aqui na Suíça, nas cidades mais populosas, esse índice de criminalidade está aumentando....

        
Bairro Parque da Nações, com a ponte Vasco da Gama ao fundo


Estação de trem no Parque das Nações
Estávamos bem perto da ponte Vasco da Gama, que passa sobre o rio Tejo e liga Lisboa e Sacavém a Montijo e Alcochete do outro lado. Atualmente é a ponte mais longa da Europa, com cerca de 17km de comprimento e o nome dela comemora os 500 anos da chagada de Vasco da Gama à Índia, em 1498. É uma ponte bem bonita e andar à beira do rio no final da tarde é um passeio bem gostoso e que muitos portugueses costumam fazer.

 

Além dessa região, passeamos claro pelo centro histórico de Lisboa mesmo (chamado Baixa), onde se concentra a maioria dos comércios e que fica entre as colinas da Alfama e do Bairro Alto. Em todos os lugares que andamos por lá, utilizamos transporte público e foi bem tranquilo. Durante o dia, subimos até o bairro Alfama – cheio de ruas estreitas e casinhas bem típicas, com aqueles varais com roupas a mostra e tal... Lá no alto está o Castelo de São Jorge, mas naquelas alturas já estávamos tão cansados que resolvemos não entrar... Lá também está o miradouro de Santa Luzia, que tem uma vista linda da cidade e do rio! Tínhamos andando tanto naquele dia que resolvemos pegar um bondinho que não descia nunca... Então fomos descendo a pé mesmo e curtindo os pedaços escondidos da cidade... 

Centro de Lisboa

Lá do centro, com vista para o Castelo de São Jorge
Vista do miradouro de Santa Luzia, no bairro Alfama
Já a noite fomos no Bairro Alto, um lugar como dizem os portugueses “giro” – que quer dizer bacana, legal, point hahaha... Subimos por umas escadarias e escolhemos um restaurante lá no meio das calçadas mesmo, para apreciar a vista a noite da cidade. Aliás, falando em restaurante, Portugal é um local onde come-se MUITO bem também! Não preciso nem falar nos inúmeros pratos de bacalhau (que eu amo!), carnes, além dos famosos pasteizinhos de Belém (tema pra outro post!) e das tranqueiras que temos no Brasil, tipo coxinhas, etc.... E tudo muito barato! Nossa, depois não se sabe porque se engorda tanto viajando por aqui...

Bairro Alto, a noite
Além de passear pelo centro, fomos ao Oceanário de Lisboa que fica também no Parque das Nações e vale muito a pena ser visitado. É o segundo maior oceanário do mundo e muito legal de ser ver.

Eu e a Doris, minha chará. Oi, tudo bem?!
Me senti muito confortável em Lisboa, pelo povo, língua (nada como falar nossa língua mãe!), comida... Recomendo muito conhecer a terra dos nossos colonizadores! É giro:D

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Da novela da lavanderia


Eu sei que to devendo uma satisfação, afinal faz um tempo já que não dou as caras por aqui.... Mas a vida anda tão corrida e eu nem to trabalhando ainda. Estamos recebendo visitas desde o meio de abril aqui em casa, quase sem intervalos entre elas e elas devem terminar só por outubro. E eu não reclamo não viu, amo ter família e amigos aqui com a gente, mas é que aí sempre acaba surgindo um passeio, uma viagenzinha, apresentar a cidade, dar atenção e por aí vai. Além é claro, das viagens que já fizemos. Depois da Itália ainda fomos pra Portugal, depois sul da França e agora, no final de julho Grécia. Tudo que ainda precisa ser documentado né... E eu não quero deixar o meu blogzinho de lado não, gosto de registrar minha vida aqui e tudo que acontece, é uma boa lembrança e ainda mantenho os do outro lado informados da nossa vida por aqui! Tenho alguns dias por aqui sozinha e pretendo deixar tudo em dia. Por exemplo, a novela da vizinha doida que usava meus dias de lavanderia que documentei aqui, já houve um desfecho final da trama! Ela se mudou no começo de maio (sem não deixar de usar a lavanderia nos meus dias, é claro) e ficamos por uns 15 dias com o apê do lado vazio. Até que um dia, abro minha caixa de correio e eis que recebo uma carta com chocolates dentro da nova vizinha, se apresentando: mulher de 42 anos com dois filhos, gato e cachorro, dizendo que se alegra muito da nova mudança, informando as datas em que ela faria a mudança e já pedindo desculpas, antecipadamente, caso ela fizesse algum barulho que nos incomodasse. 



Ahhh como Deus é bom! Se existem casos de vizinhas loucas como a primeira, existem também, em contrapartida esse tipo de gente. Só na Suíça mesmo.