segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Rendez-vous Bundesplatz 2012



Fuçando por aí em alguns sites de notícias aqui da Suíça, acabei encontrando sem querer um evento que ainda está aconetcendo lá em Bern, uma das minhas cidades preferidas da Suíça: o Rendez-Vous Bundeplatz 2012. Logo que comecei a ver a fotos, fiquei toda animada, imaginando que seria realmente um espetáculo lindo de se ver. E tirando o frio, foi mesmo!



No espetáculo, eles projetam diversas imagens (entre elas muitas em 3D) diretamente no Parlamento Suíço, junto com sons. As fotos são legais, mas não transmite de jeito nenhum o espetáculo que é ver tudo ao vivo.




Nesse ano, os espetáculos trataram de dois temas: Inovação na tradição, reunindo temas típicos suíços associados a tecnologia e outro espetáculo com motivos festivos. Um acontece às 19:00h e outro às 20:30h. Como em cada horário passou um espetáculo diferente, resolvemos ficar por lá pra ver os dois. E valeu muito a pena! Lindo de se ver, de graça, tomando um Glühwein para dar uma aquecidinha e curtindo o espetáculo! Noite maravilhosa!




  

 


Ainda dá tempo de assistir ao espetáculo: vai até dia 27 de dezembro e ocorre diariamente nos dois horários que falei lá em cima.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Da vida profissional


Semana atrás finalmente recebi a carta pela qual esperei por esses quase dois anos: uma resposta da Cruz Vermelha sobre a validação (ou não!) do meu diploma. Quando vi a carta, me estremeci toda e sabia que meu futuro estava escrito ali dentro daqueles papéis. E se não aceitarem meu diploma? E se eu nunca mais puder trabalhar num hospital aqui? Comecei a ficar ansiosa demais, resolvi respirar fundo, agradecer a Deus pela carta e pedi para Ele, para que, qualquer que fosse a resposta, também pudesse ser grata.

 Dentro do envelope quatro folhas completamente escritas. Me concentrei no alemão e comecei a ler e pouco a pouco, aquilo que eu mais esperava estava se revelando para mim. Meu diploma será aceito depois que fizer um período de adaptação de seis meses (como um estágio, trabalhando de 80 a 100%) e junto a isso um curso complementar. Alegaram que minha carga horária fora menor do que a suíça (ainda fico na dúvida já que estudei 4 anos e aqui eles estudam 3) e que não havia tido algumas matérias que eles julgavam ser importantes para uma enfermeira na Suíça, como administração, diagnósticos de enfermagem e etc (também fiquei bem brava, porque estudei tudo isso também!). Na hora me senti meio injustiçada, pô estudei que nem uma camela, trabalhei e a impressão que tive é que nada tinha valido aqui. Nesse momento me desanimei, chorei e pensei comigo mesma se um dia realmente voltaria a por os pés num hospital como enfermeira. Mas aí lembrei dos momentos antes de abrir a tal da carta e lembrei que seria grata, qualquer que fosse a decisão. Agradeci a Deus pelo resultado e entendo que meus planos não são os Dele.  Comecei a ver por uma outra ótica – tenho que estudar as leis que regem os enfermeiros na Suíça. Saber dessas leis é um ponto muito bom, assim posso me respaldar enquanto profissional. Tenho também que rever algumas teorias de enfermagem – não sei qual a filosofia e muito menos que métodos um enfermeiro utiliza dentro dos hospitais aqui. Então comecei a perceber que passar por este processo me deixaria de fato mais segura para atuar na área. 

Tive que correr atrás de tudo isso antes que o ano terminasse. Sim, porque esse tal período de adaptação, eu é que tinha que procurar. Tipo uma vaga de emprego mesmo. Comecei a buscar por isso logo que recebi a carta, mas olha, não foram semanas fáceis. Ninguém oferecia esse tal período de adaptação, nenhum hospital aceitava esse tipo de estágio. Comecei a me desanimar de novo. Como é que eles pedem um negócio que hospital nenhum oferece?! Foram muuuitos e-mails, ligações, etc.... Até que na última sexta recebi um telefonema de um hospital, marcando uma entrevista. Minha primeira entrevista de trabalho aqui! Me preparei bem um dia antes, como iria me apresentar, as possíveis respostas para as possíveis perguntas deles... E ontem fiz a tal entrevista. Nem acreditei quando meu novo chefe disse que poderia começar o estágio em fevereiro! Finalmente! Vivaaaaas!


Para minha alegria!!!

Além disso, já me matriculei na escola para fazer o tal curso complementar. O pontinho negativo? Não tem aqui em Basel. Só em Zürich, Bern e Luzern. Acabei escolhendo Zürich, por ter um tempo de duração menor, ser mais barata e parcelar em mais vezes hahahaha (época de vacas magras!). O ponto bom é que normalmente será uma vez, raramente duas vezes por semana. E também estarei em contato com outras enfermeiras estrangeiras, acho que será uma troca de experiências muito boa. 
Se estou feliz? Digamos que sim. Acho que agora, de fato, estou indo de encontro com o trabalho que realmente me faz feliz. Um pouco ansiosa por aquilo que vou encontrar pela frente, a língua principalmente. Mas se já cheguei até aqui... Agora não volto pra trás! Veremos o que vem pro aí...


domingo, 16 de dezembro de 2012

Emmental e os dias brancos



O último mês do ano mal havia começado e a paisagem já tinha mudado para uma vista branquinha! Adoro ir dormir com aquele friozinho e ver as ruas “normais” e acordar e ver pela janela tudo branco de neve, é sempre uma surpresa!

No final de semana do passeio estávamos com algumas visitas por aqui com as quais já tínhamos programado fazer algo, e como o dia acordou branco e a neve continuava, mudamos os planos para alguma coisa com teto. Resolvemos conhecer Emmental e claro, a fábrica de queijo com o mesmo nome, aliás, o mais famoso da Suíça, aquele cheio de buraquinhos. Logo logo, estou expert em queijos :P


A chegada até lá foi mais demorada por conta da neve pesada que caía na estrada, mas já chegando lá perto, o tempo abriu um pouco e pudemos curtir vistas lindas pela estradinha que nos levava até lá!


A fábrica do queijo Emmental é bem menor que a de Gruyères, e o passeio também. A entrada é de graça, e há pontos específicos que explicam um pouco do processo do queijo. Dá para ver também, ao vivo, como o queijo é produzido, e apesar de hoje em dia ter bastante máquina que envolva o processo, tem muito trabalho manual também! Assim como o Gruyère e praticamente todos os queijos suíços, a produção desse queijo é bem natural o que quer dizer que eles não usam conservantes e produtos químicos na produção do queijo. 

Fazendo queijo a moda antiga :)


Depois de produzido, ele também fica em uma cave até atingir o processo mínimo de maturação, que é de quatro meses. Uma coisa interessante é que eu nunca tinha percebido no mercado outro tipo de Emmental, que para mim é um queijo com sabor bem suave, quando na verdade eles existem - até um mais maturado e durinho. Compramos até um pedaço para experimentar.

Fora da casa onde fica a fábrica, há uma outra casinha, que mostra como o queijo era produzido antigamente, sendo feito com fogo a lenha mesmo, muito interessante!
Depois do passeio ficamos por lá mesmo para almoçar e ganhamos durante a refeição uma surpresinha: um grupo da região de Bern Oberland cantando o famoso Jodel :)



 

Agora o tempo já deu uma virada e tá chuvoso, mas que o inverno possa trazer muitos dias lindos como esse!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Tempo de Natal

Nossa, tá um enrosco só conseguir escrever no blog, viu.... Primeiro porque tô na maior correria com uma papelada do reconhecimento do meu diploma, que espero de coração resolver até o fim dessa semana. Depois que o queridinho blog resolveu me avisar que eu havia ultrapassado a cota de 1gb que tinha para postar fotos. Fiquei um pouco brava, nunca soube disso e sempre postei fotos no tamanho normal. Como não sou muito expert nesses assuntos, tive que esperar o marido chegar de viagem semana passada pra dar um jeito na situação. Agora, embora a qualidade seja pior, só fotos compactadas.  Mas quero mesmo é falar de outro assunto hoje aqui. O Natal!
 
Ahhh quem não gosta do período de Natal? Se no Brasil, esse tempo me lembra um calor gostoso, chuva nos finais de tarde, comércio pegando fogo, festas de confraternização, entre outros, aqui na Suíça o sentimento é completamente outro. Eu gosto muito da época de Natal no Brasil, mas to aprendendo a entender e gostar cada dia mais desse tempo aqui. Os costumes, tirando a árvore de Natal, são completamente outros! A começar pelo tempo né, que é predominantemente frio. O final do outono é uma época meio obscura e tensa pra mim, já até disse aqui que me sinto meio deprê. Mas já no final de novembro / início de dezembro, a escuridão começa a se transformar pelas luzinhas e enfeites de Natal. É tudo tão lindo! A cidade começa a se encher de pinheirinhos de verdade com enfeites de Natal e as luzes estão por todos os lados.
 

No início de dezembro começam também as feirinhas de Natal. Embora seja praticamente igual ao ano anterior, é sempre uma delícia passear pelas barraquinhas enfeitadas, comer alguma comida típica, tomar o famoso Glühwein... Uma tradição relacionada a este vinho quente típico são as canecas onde eles vem, cada ano é uma diferente. Temos colecionado as canequinhas desde 2010 (ano em que o marido veio para cá sozinho e recebeu a proposta de emprego!). Além das comidinhas tem também um monte de barraquinhas de artesanatos com velas, enfeites de Natal, cachecóis, e por aí vai. É sempre um passeio gostoso nessa época do ano!
 
 
 
 

Esse ano ganhei da voluntária querida que me ajuda no alemão um calendário do advento. Nunca havia ouvido falar no Brasil desse costume e muito menos visto um calendário desses. O Advento é o período de 24 dias que antecede o Natal e na cultura daqui, é um tempo de alegria e expectativa, onde os cristãos esperam o nascimento de Jesus. Funciona basicamente assim: o calendário tem 24 janelinhas que se destacam e cada dia a gente abre uma, fazendo assim uma contagem regressiva até o Natal. Existem diversos tipos de calendários, como os que quando se abre há uma mensagem bíblica, ou mais comum (pelo menos que eu mais vejo), aqueles que tem um docinho, um chocolatinho quando abre a janelinha.

 
 
É claro que há comércio bem movimentado nessa época do ano também. Os mercados se enchem de caixas de chocolates já embrulhados para presente, as lojas ficam mais cheias...



Seja aqui ou no Brasil, adoro esse tempo! Além de me lembrar a família sempre unida nessa época, como cristã também comemoro, mesmo sabendo que não foi exatamente esse o dia, o nascimento do meu Salvador!

domingo, 2 de dezembro de 2012

E o Deutsch?



Depois de ter passado pelo tão temível teste do TELC lá em março e recebido a notícia que havia recebido meu tão esperado certificado no nível B2, confesso que dei uma relaxada boa. O período havia sido tão estressante, e logo depois recebemos taaaantas visitas e viajamos um tanto por aí também, que o coitado do alemão ficou muito de lado. Isso eu percebi muito fácil, quando precisava me comunicar na rua ou ler algo, o quanto o bichinho tinha enferrujado. 


 
Depois da época das visitas e viagens, resolvi que era hora de voltar né, afinal todo aquele esforço iria pro ralo se continuasse a falar só português todos os dias. Então em outubro comecei um curso novo de alemão, agora só duas vezes por semana. Entrei no nível B2 porque embora eu tenha passado no teste deste nível, concluí só o nível B1. E não me arrependo nem um pouco. Para mim, tem sido um tempo muito bom para aprender não mais tanta gramática, mas aprimorar mais a língua, mais vocabulário, mais linguagem do dia a dia. Mas acho que terminando o B2, não sei se continuo ou não o C1. Pretendo fazer uma especialização mais pra frente, e se precisar do C1, daí devo continuar. 


Além disso, estou me encontrando todas as segundas com uma voluntária que me ajuda a aprimorar o alemão. É um programa que tem aqui oferecido pelo estado, chamado Benevol e é completamente de graça. Tem me ajudado demais, já que em casa só falamos português. Tenho me sentido mais confiante pra falar na rua, mesmo cometendo erros. Sou mega perfeccionista e sofro muito quando falo errado, mas tô aprendendo também a não me importar quando isso acontece. A voluntária que me ajuda é um amor de pessoa e tá tendo a maior paciência do mundo, além de muita boa vontade, inclusive pra me ajudar a ir atrás das coisas do meu reconhecimento de diploma. Ela é uma alemã e adora contato com estrangeiros. Com ela, me sinto bem a vontade de falar, mais do que na escola até!


Tomara que com tudo isso, em breve o alemão esteja fluente!

Informações sobre o Benevol: www.benevol.ch