segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Comidinhas

Comida é um assunto ambíguo pra nós aqui. Vou explicar: ao mesmo tempo que sentimos uma falta imeeeensa do arroz, feijão, carne, pão de queijo e tantas outras coisas, descobrimos muita coisa nova e deliciosa aqui também.

Logo que chegamos aqui, eu ia diariamente no mercado, nunca vou me esquecer da primeira vez que entrei no Migros ( um mercado que tem aqui) e vi aquele monte de coisa diferente... Se pudesse, acho que tinha ficado o dia inteiro lá, tentando ler as coisas, pensando em como fazer... Eu amo fazer compras aqui! Tem muita coisa que ainda não experimentei, de tanta coisa diferente que tem. Grande parte dos alimentos são tradicionais daqui ou da região, como biscoitos, pães, chocolates, queijos, salsichas sem fim... Tem também alimentos típicos de outros países, comida indiana, árabe e mexicana são as mais comuns, acho que pela quantidade grande de imigrantes desses locais que vivem aqui. A parte de feira também é maravilhosa! Penso que como a maioria das frutas, legumes, etc é exportado pra cá, então são as melhores coisas que compramos. E não tem nada de tão absurdo assim no preço que não dê pra comprar – considerando que ganhamos em francos suíços, muitas vezes já paguei muito mais caro numa feira no Brasil do que aqui. A parte “Bio”, ou seja de orgânicos também é grande aqui e muitas pessoas usam esses alimentos. O preço é um pouco mais salgado, mas nada que não dê pra comprar. Fora os mercados tradicionais, existem as pequenas mercearias (normalmente de imigrantes, com alguns produtos típicos), e aqui em Basel tem a Marktplatz – é uma feira ao ar livre na praça bem em frente a prefeitura que tem de tudo que se pode imaginar: desde flores, ervas frescas, temperos, antepastos cheirosíssimos, queijos, frutas, pães....  Tudo maravilhoso!
Marktplatz


Marktplatz - muitos tipos de azeitonas,
 queijos e antepastos



Marktplatz
Mercado Migros e os inúmeros chocolates suíços
Mercado Migros
  

Bom, do que já provei aqui, o que posso recomendar: a massa e o molho que vêm da Itália são maravilhosos, massa super leve e molho saboroso, sempre faço um Spaguethi à Bolonhesa; o Rösti, claro, é super fácil de fazer, a batata já vem ralada em um pacote, é só colocar numa frigideira, temperar e “fritar” – nós demos uma “abrasileirada” colocando bacon e cebola, fica muito bom; salada de tomate, manjericão e mussarela fresca, super refrescante . às vezes faço em forma de sanduíche, que também fica muito bom; o tradicional Raclette, muito bom fazer com os diferentes tipos de queijos que existem aqui (inclusive os fedorentos!) - esse normalmente fazemos quando estamos com mais amigos e também porque é mega calórico; e claro, o fondue de queijo, também muito bom. Agora no verão, o pessoal costuma fazer muito churrasco por aqui, e claro, a maioria com salsichas, mas alguns com carne de porco e frango. É muito gostoso também, já participamos de um.  Com tanta coisa boa, tem que se cuidar pra ficar de bem com a balança!...

É isso aí, depois de toda essa apresentação, esperamos muita visita pra saborear tudo isso conosco!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Entschuldigung, ich spreche ein bisschen Deutsch...


Essa é uma frase que uso com uma certa freqüência aqui: “Me desculpe, só falo um pouco de alemão...” É incrível o poder que eu tenho de atrair velhinhos que param pra falar comigo! É até cômico. Eles sempre começam com algum comentário como quem não quer nada, eu dou um sorrisinho simpático, concordo com a cabeça, falo um “Ja” e pronto, pra mim a conversa terminou. Mas aí é que eles começam a falar loucamente, algumas vezes eu até entendo o contexto, pegando umas palavras soltas e tal, por isso continuo concordando... E de repente... A frase deles termina em uma pergunta pra mim... Eu queria um dia que alguém filmasse minha cara de rsrsrsrs... Aí eu, com todo meu alemão falo: Entschuldigung, ich spreche ein bisschen Deutsch... E não é que a maioria, na maior naturalidade, me pergunta: “Que língua você fala? Inglês, francês?” Normalmente digo que falo inglês e eles desembestam a falar num inglês fluente e com uma pronúncia de dar inveja.


É incrível como as pessoas aqui têm facilidade para falar outras línguas. Claro que parte disso se justifica pelo fato da Suíça ter 4 idiomas nacionais: alemão, francês, italiano e o romanche (que é um dialeto, poucos falam). Mas crescem escutando outras línguas, estudam inglês na escola (estudam mesmo, nem se compara ao inglês que temos nas escolas no Brasil). Normalmente eles falam pelo menos alemão, francês e inglês – perfeitos, diga-se de passagem.

Bom, mas voltando ao alemão, posso dizer que é uma linguinha um tanto quanto complicada: a gramática, as aglutinações que formam aquelas palavras imeeeensas, a pronúncia e ainda pra ajudar, aqui na Suíça eles não falam o “Hoch Deutsch” e sim o “Schweizerdeutsch”, o que quer dizer que eles falam o suíço-alemão, que é um dialeto alemão e não o alemão da Alemanha. E claro, nas escolas de línguas eles só ensinam o “Hoch Deutsch”; aliás, nas escolas que as crianças freqüentam também ensina-se o “Hoch Deutsch”. Só que no dia-a-dia eles falam o dialeto, que é bem diferente na fala e na escrita. Um dia liguei pra agendar uma consulta médica, que caiu numa mensagem eletrônica; tive que ligar no mínimo 4 vezes pra conseguir entender o horário de abertura e funcionamento. É MUITO diferente!!!!

                                               

Me falta também perder um pouco da vergonha de usá-lo nas situações corriqueiras do dia-a-dia, já que me acomodei um pouco com o fato de que quase todos falam inglês, e assim a comunicação se torna mais fácil pra mim... Há momentos que não são fáceis, não dá vontade de falar nada que não seja o português... Às vezes é muito difícil tentar se expressar, o vocabulário ainda não é tão grande... Aí acabo por preferir ficar muda do que tentar explicar algo que não tenho a mínima idéia como falar!

Mas, como todos que já aprenderam alemão ou que o tem como língua materna, o conselho é sempre o mesmo: Langsam... Devagar... Até eles assumem que é uma língua difícil. Mas em três meses de estudo já terminei o nível A1 e pretendo continuar bem dedicada nos estudos pra voltar a trabalhar e me comunicar com todos o quanto antes. Até porque eu gosto de estudar outras línguas!
Alemão, continue bem-vindo em minha mente!




segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Ahhhhhhhhhhh o verão!


Desde que o verão começou oficialmente por aqui, tínhamos presenciado alguns dias quentes e tal, já nem esperávamos mais nada além daquela temperatura agradável, com tempo nublado e chuvinha... Mas essa última semana sim, pudemos ver o verão de que todos falavam. Dias quentíssimos, de até 36 Graus, solzão de rachar o coco que chega até ser insuportável às vezes, porque não venta... Dias longos (também por conta do horário de verão), tem dias que são 22:30h e ainda está claro!

O verão é muito gostoso e muito apreciado por todos aqui. Acho que por conta do inverno rigoroso que dura um bom tempo. Na verdade, antes mesmo do início da primavera, quando já dava uma esquentadinha (uns 15-16 Graus), o povo já estava saindo pelas ruas pra comer fora, passear à beira do rio... Nessa época agora, todos os bares e restaurantes tem suas mesas nas calçadas e todos querem um lugarzinho que não seja dentro do restaurante; os sorveteiros devem vender sorvetes que lhes rendam lucros até o inverno, porque sempre tem filas; aqui em Basel o rio Reno é a principal atração dos moradores – já que não há praias aqui na Suíça, eles têm que pensar em outras opções: lagos e rios se tornam as “praias” deles. Tem gente que aproveita o horário do almoço durante a semana pra dar uma refrescada!.. E nós não poderíamos ficar de fora desse costume né!

Nós e nossa "bolsa-bóia"

Acho muito legal a forma como pessoas e meios de transportes vivem aqui, todos utilizam muitas vezes o mesmo espaço e em perfeita harmonia. Coisas que com certeza só funcionam aqui. Da mesma forma, é engraçado ver um mundo de gente nadando no rio com um barcão passando bem do lado! Óbvio que existem marcações onde banhistas e navios devem estar, mas acho muito interessante. Como aqui em Basel temos o Reno, que tem um fluxo, as pessoas encontraram um modo de diversão nele. Existe uma “bolsa-bóia” onde se coloca todos os seus pertences, fecha e então você entra tranquilamente em um ponto do rio com sua “bolsa-bóia” vai seguindo o fluxo e desce em outro ponto. É uma delícia! A prefeitura daqui também criou uma mini “praia”, só que ao invés de areia, com pedras; e há pontos da margem do rio em que há tipo uma arquibancada, se você quiser só tomar um sol, ler um livro, comer algo.

O rio Reno, com seus banhistas

Como havia dito, não pensamos duas vezes em comprar nossa bolsa-bóia neste sábado para aproveitar o domingão inteiro de sol no rio. A água é um pouco gelada se você fica parado, mas se vai batendo as pernas até que dá pra agüentar. Muito gostoso se refrescar do calor e do sol apreciando a vista linda que Basel nos dá de suas margens com as casas e Igrejas. Viva o verão!





Nos refrescando no Reno


E apreciando a vista linda!


Tomando um solzinho

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Nova Cidade

Como já havia dito aqui, moramos em Reinach, uma cidadezinha de Basel Land (BL – é um dos cantões suíços), que seria mais ou menos como o interior de Basel. Aqui eles chamam essas cidadezinhas de Dorf, que traduzido quer dizer vilarejo ou aldeia. Tem muitoooos vilarejos aqui pela região, aliás acho que grande parte da Suíça é constituída por essas “Dorfs”. Acho tudo muito lindo, a maioria é muito parecida, mas uma ou outra tem sua peculiaridade.




Brasão de Reinach









Localização de Reinach

Para curiosidade, alguns dados da nossa nova cidade:
- é o segundo maior município do cantão de Basel Land, perde só para Allschwil;
- tem 18.788 habitantes (dados de 31 de março de 2011);
- tem uma área de 700 hectares, dos quais: 29% - agricultura, 17% - floresta, 53% - assentamentos, 1% - assentamentos improdutivos (não me pergunte o que é isso...)


Para nós, que viemos de uma cidade de 10.886.518 habitantes, com um trânsito caótico, insegurança, trabalho sem sim, stress... Posso dizer que foi uma mudança e tanto!
Como é bom poder viver! Sim, porque o que vivemos em SP tá longe de ser uma vida decente! Falo no sentido de que se trabalha taaaaanto aí, ganha-se uma quantidade considerável de dinheiro, mas em compensação: há o medo de sair pela insegurança, há o medo de comprar e ser roubado, ou pior ainda, morto, há o stress de nunca conseguir chegar no horário... Enfim, chegamos a conclusão de que SE um dia voltarmos pro Brasil, definitivamente não será pra cidade. Nos encontramos no interior!


Campo na rua de casa

Rio + Floresta perto de casa































Nosso olhar de Reinach: cidadezinha boa pra se morar, pertíssimo de Basel (15 minutos de Tram até a Estação de Trem de Basel), ótima qualidade de transporte público (como tudo na Suíça), fácil acesso à rodovia, perto de uma floresta com trilhas maravilhosas e com direito até a um rio limpinho, pessoas educadíssimas, nos sentimos seguros de andar tranquilamente na rua, muitas casinhas fofas, o que nos proporciona uma paisagem linda... TUDO funciona... Os contras? Por ser uma cidade tão pequena, muitas vezes temos que ir até Basel pra comprar algo, tudo fecha cedo (normalmente 18h na semana e sábado mais cedo ainda; domingo nada abre). Acho que é o único contra! Colocando numa balança e pensando que em SP eu demoraria muito mais que 15 minutos pra chegar em qualquer lugar que gostaríamos, aqui está mais do que perfeito.


Tram 11 (Bonde), que vai da fronteira da França (St. Louis)
até Aesch (BL) e passa pela nossa casa - essa foto
 é no centro de Reinach


Vista panorâmica, moramos perto dos primeiros
 prédios mais altos, da direita pra esquerda




 Reinach, obrigada por nos acolher! Somos muito felizes aqui!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Lar, doce lar

Nossa busca por um novo lar quando chegamos aqui foi um pouco longa e difícil. Perdemos a conta de quantos apartamentos visitamos para alugar, e muitas vezes os que a gente gostava, a imobiliária dava preferência pra outra pessoa.

Duas considerações: comprar uma casa aqui na Suíça é uma coisa que leva um certo tempo, principalmente pelo valor do imóvel; um apartamento simples aqui pode custar a partir de 500.000 Francos Suíços... Normalmente o financiamento é feito literalmente “pro resto da vida” e depois você pode transferir a dívida pro seu filho ou outra pessoa. O ponto positivo é que seus impostos são bem reduzidos pelo governo, já que você adquiriu uma dívida. Mas a compra de um imóvel não é um alvo a ser almejado por um suíço, diferente do brasileiro que tem o sonho da casa própria. O Edgard tem um amigo na empresa que tem um bom dinheiro guardado (talvez até suficiente pra comprar uma casa), mas fala que não quer comprar uma casa porque não quer ficar preso a um lugar, quer ter a liberdade de mudar quando quiser. Coisa de cultura. Por esse motivo, o aluguel é bem mais popular. Porém, considerando que aqui é um país antigo e pequeno e eles prezam muito as áreas verdes e afins, a construção acaba não acompanhando o crescimento populacional; dessa forma, a procura para alugar apartamentos é grande e o aluguel acaba sendo meio salgado - depende do apartamento e localização, por exemplo, um de 01 quarto e sem sala, pode custar a partir de uns 900 CHF.

Posso dizer que nossa procura foi complicada por alguns motivos: primeiro, havíamos acabado de chegar aqui, e as imobiliárias davam preferência para as  pessoas que estavam aqui há mais tempo (não tiro a razão deles, vai que nada dava certo pra gente aqui e precisássemos voltar pro Brasil...). Houve um que até achamos que podia ser preconceito com imigrantes, mas achamos melhor deixar essa parte pra lá e buscar outro. Outro motivo da dificuldade foram os apartamentos... Dá pra imaginar sair de um apartamento novinho em folha, reformado por você, do seu jeito e gosto, cada detalhezinho... Pra ir pra outro de 1920??? Que choque! Os apartamentos aqui são muiiiitoooo antigos (vimos uns até de 1890...) e às vezes internamente a reforma foi feita em 1980... Nossa, foi cada um que a gente viu... Até um que o banheiro saía pra cozinha, uma coisa medonha... Fora todos os outros com um piso de cada jeito nos cômodos, as geladeiras minúsculas (aqui as apartamentos vêm com geladeira e fogão), os banheiros mega velhos... Eu sei que a gente não podia exigir muito, já não estava sendo muito fácil achar alguma coisa, e a gente ainda ficava comparando com o nosso lindinho no Brasil... Enfim, perdi as contas de quantos lugares visitamos – esqueci do detalhe que muitos corretores não falavam inglês, o que piorava ou tornava as coisas mais cômicas. Até que visitei esse onde estamos. Desde que chegamos aqui, sempre gostei de uma cidadezinha perto de Basel, chamada Reinach, por ser mais “campo”, com mais verde e tranqüilidade, mas ao mesmo tempo perto do centro de Basel. E foi aqui mesmo que nos encontramos!
Vi nosso apê sozinha, gostei de cara, apesar de ser antiguinho também – pelo menos o piso era igual em todos os quartos, a cozinha estava reformada com uma geladeira grande e tinha duas sacadas. Saí da visita e liguei pro amor correndo, que não pensou duas vezes em aplicar o formulário. Ele só viu o apê no fds que nos mudamos. Isso que é confiança! Graças a Deus tudo deu certo! Eis aqui nosso “novo” lar:


Caminho da rua para nosso prédio

Nosso prédio!





Hall de entrada

Cozinha

Sacada da cozinha

Banheiro

Nosso quarto

Quarto de Visitas / Escritório
Esperamos todos aqui!


Sala

Sacada da sala



Moramos no primeiro andar – normalmente os prédios aqui tem no máximo uns 4 andares, são poucos os altos. Os cômodos são grandes, com janelas imensas, e como moro do lado da floresta, vejo muito verde (e muito bicho também, mas isso é assunto pra outro tópico), temos uma sacada até que grande onde pretendemos colocar uma mesa e tal, a cozinha também está ótima (perto das que vi...), e só o banheiro é mais velho e não tem janela. Nada que uma noite de pintura e alguns reparos não dêem uma melhorada. E a lavanderia? Bom, a lavanderia aqui em qualquer prédio é compartilhada – um dia e um horário da semana pra lavar. Isso é uma coisa que acho que nunca vou me acostumar, primeiro porque acho meio anti-higiênico e outra porque não tenho a comodidade de lavar a hora que eu quiser... Vivendo e se adaptando! Mas somos gratos a Deus porque sabemos que Ele reservou esse cantinho pra nós e temos certeza que é e será um lugar abençoado sempre! 

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Tudo lindo, mas nem sempre fácil


Tudo lindo, mas nem sempre fácil. Foi assim que terminei uma mensagem, numa conversa com uma amiga.


Mudar de país, conhecer gente nova, do mundo inteiro, aprender e conviver com outra cultura (que diga-se de passagem, muito melhor que a brasileira na minha opinião) e viver num país de primeiro mundo é muitíssimo bom! Estou amando as novas experiências, o aprendizado da língua, a nova vida... Mas tenho que confessar que apesar de tudo, as coisas nem sempre são fáceis. Não é fácil sentir falta da família, querer que sua mãe morasse bem aqui do ladinho pra fazer um cafuné ou uma comidinha, não é fácil estar longe dos encontros da família e amigos e por muitas vezes nem saber o que está acontecendo aí do outro lado, não é fácil já estar aqui há 6 meses e saber que se está ainda num loooongo aprendizado de uma língua tão difícil e saber que todos aqueles 4 loucos anos de trabalho-faculdade ainda vão precisar de mais um tempo, porque preciso percorrer um longo caminho que vejo pela frente até voltar a atuar na profissão que eu amo tanto. Nesses momentos sinto que o mundo vai girando e eu estou aqui parada, me desatualizando na área... Penso, penso, penso...

Sei que Deus tem um propósito em nossas vidas aqui, e creio que esse tempo de espera, essas mudanças são parte do perfeito plano do Senhor. Agradeço e Ele pela vida do meu marido que amo tanto, pois sem a companhia dele aqui, tenho certeza que nada disso seria possível. Graças a Ele somos tão cúmplices e companheiros que sinto que mesmo quando ele está longe de mim, a falta de todas as outras coisas são supridas. E assim prosseguimos, como diz o Jeremy Camp numa de suas músicas (uma das minhas prediletas): “E eu vou andar pela fé, mesmo que eu não possa ver; porque eu sei que esse caminho tortuoso prepara Tua vontade para mim.” Que assim seja!


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Água


Uma das coisas que estranhamos muito quando chegamos aqui foi a água. Isso mesmo, também pensei nisso quando chegamos aqui, tanta coisa pra estranhar, pra sentir falta e justamente a água?!

Pois é, isso porque a água daqui tem uma quantidade muito grande de cálcio, que é um dos fatores que determina a “dureza” da água: “A dureza da água é medida geralmente com base na quantidade de Partes por milhão de Carbonato de Cálcio CaCO3, também representada como mg/l de Cálcio CaCO3. Quanto maior a quantidade de "ppm", mais "dura" será considerada a água.” Isso faz com que a água apresente um sabor digamos que um pouco desagradável, acho que ao invés de dura, descreveria a água daqui como pesada. E eu que só bebia minha Bonafont no Brasil, a água leve... Bom, nada que a gente não se acostume com o tempo.

Por causa desta água, sempre encontro outros dois problemas: em relação ao corpo, porque a pele e cabelos ficam muuuuuito mais ressecados (nunca usei tanto hidratante e nunca fiz tanta hidratação capilar na vida!) e em relação aos eletrodomésticos nos quais se utiliza a água, como umidificadores e ferro de passar. Dei estes dois exemplos porque foi com eles que tivemos problemas. Esses aparelhos necessitam de constante cuidado (normalmente semanal) porque o cálcio começa a acumular e formar uma crosta terrível que ao longo do tempo pode prejudicar o funcionamento deles. Para isso existe um produto descalcificante que deve ser aplicado periodicamente. Mas nóssss.... Só fizemos isso com nosso ferrinho de passar pela primeira vez nessa semana. Imagina só a quantidade de coisa marrom e com pedrinhas que saiu dos buraquinhos do ferro... E quando achei que já estava limpo, fui passar as roupas e eis que... O dito cujo me solta uma baforada de treco marrom com pedrinhas em cima da blusa clarinha do Edgard. Ai que ódio!!! Bom, vivendo e aprendendo...


Apesar de todos esses problemas, é óbvio que tinha que existir pontos positivos com nossa aguazinha cheia de cálcio. O sistema de tratamento de água aqui na Suíça é super rigoroso e de ótima qualidade, o que nos permite utilizar a água da torneira para consumo humano (o gosto da água engarrafada e da torneira é exatamente igual). Na maioria das cidades existe também muitas bicas onde você pode beber tranquilamente uma água fresquinha. No começo achava estranho e tinha até um medinho de contaminação, mas é super normal. Conversando com um casal que mora aqui há muito tempo, eles disseram que os suíços mais extremistas defendem que a água da torneira é mais limpa e passa por muito mais controles do que as águas engarrafadas. Aí já é outra conversa...  Bom, mas como toda água é vida... Viva á água suíça!!!


Uma das inúmeras fontes de água potável que existem nas cidades




terça-feira, 2 de agosto de 2011

Trilhas

Ontem comemoramos aqui o dia nacional da Suíça, que foi oficialmente fundada em 01 de Agosto de 1291. No domingo a noite houve uma festa no centro de Basel, acho que posso comparar mais ou menos com uma quermesse aí do Brasil, com muitas barracas de comidas e bebidas, um parque de diversões... Aliás acho que 80% das barracas vendiam salsichas – nunca vi um lugar pra comerem tanta salsicha! Um dia posto uma foto aqui pra vocês verem as barracas que vendem, porque essas são fixas. Perto de umas 23:20h iniciaram uma queima de fogos bem bonita que durou cerca de 25 minutos. O pessoal aqui é bem patriota, sempre com bandeirinhas do país e tal.


Uma das coisas pelas quais sempre gostamos da Suíça é por causa do estilo de vida que eles levam aqui, de sempre praticar algum esporte, o contato com a natureza... E quando nos mudamos pra cá decidimos que nos adaptaríamos também a esse lifestyle deles e desde então, sempre saímos pra fazer uma caminhada, andar de bike ou patins (compramos bicicleta e patins!)... Mas ontem foi nossa primeira trilha oficial! Acordamos cedinho, nos encontramos com um colega da Igreja e fomos pra Nunningen (um vilarejo aqui perto) e caminhamos até Wasserfallen. Uma caminhada de uns 10km e que durou umas 4h com paradas e tudo. Nunca imaginei que vivendo naquela loucura de SP um dia estaria tão em contato com a natureza e com paisagens tão lindas! É um cenário que mistura trilhas na floresta com passagens pelo campo, com direito a passar em pastos de vacas, cavalos e afins. Me senti a verdadeira caipira da cidade, com medo de chegar perto dos bichos... Mas tudo muito lindo! O cansaço existe, mas a satisfação de chegar ao fim e ter uma vista privilegiada compensa tudo!





Retorno

Sei que criei o blog e nunca mais postei, tantas coisas novas acontecendo e acabei deixando de lado... Mas já faz algum tempo que penso em voltar a escrever, falar do nosso dia-a-dia aqui, das novidades, enfim... Então hoje resolvi voltar a escrever!
Já estamos aqui há 5 meses e tannnnta coisa aconteceu! Vou tentar fazer um resumo breve desses 5 meses para poder prosseguir com os posts; vamos lá: encontramos a Igreja de Brasileiros aqui, conhecemos pessoas maravilhosas e fizemos muitas amizades, comecei o curso de alemão numa escola chamada ECAP, fiz muitos amigos também lá, já terminei o nível A1, começamos a procurar um novo apê, demorou um pouco, fizemos várias visitas em vários apês e finalmente encontramos o nosso em Reinach (muito fofo por sinal), mobiliamos (e continuamos a mobiliá-lo), minha irmã e sua família vieram pra cá, passamos 15 maravilhosos dias juntos, como não passávamos há tempos, o Jr continua muito bem na Swiss, já começou a fazer algumas viagens e eu comecei a ficar sozinha :/, planejamos uma viagem surpresa pro Brasil, deu certo apesar de todas as emoções, colocamos nosso apê do Brasil à venda, voltamos pra Suíça, e enfim... Aqui estamos nós!